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Imagem: https://www.google.com/

 

RUI CARDOSO NUNES
( BRASIL – RIO GRANDE DO SUL )

 

Jornalista e ensaísta,  (São Francisco de Paula, 25 de março de 1919 – Porto Alegre, 8 de julho de 2009),
Publicações: quinze livros de poesia e diversos opúsculos:
Dicionário de Regionalismos do Rio Grande do Sul  e  Multidicionário Guasca, ambos em colaboração com Zeno Cardoso Nunes.
Participou da Antologia Del´Secchi  do IX ao XIV.
Reside em Porto Alegre, RS.

 

ANTOLOGIA DEL SECCHI,  2005   Volume XV,  Rio de Janeiro: 328 p. 14 x 21 cm  ISBN 85-8649-14-3 No. 10 231
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, Brasília, novembro de 2024.

 

              ALMAS PENADAS

Não sei de onde me vem esta tendência
que eu tenho de cantar pela existência
os dias que vivi na minha terra.
Eu sinto que o Rio Grande do Sul me acompanha
na saudade que eu trago lá da Serra!
Na mente, essa feliz reminiscência
das coisas que me falam na Querência
cresceu como macega de banhado.
Em vão tento fugir a seus encantos,
pois ela reaparece nos meus cantos,
como a alma penada do passado!
Foi destino, talvez, eu ter nascido
no mar verde do Pampa, e lá vivido
os dias mais felizes da existência,
para depois, além da serrania,
no páramo sombrio da nostalgia,
cantar as coisas lindas da Querência!
Visões, gratas visões de tempos idos,
povoam os meus sonhos mais queridos,
me trazem à lembrança a velha herdade...
Ai! Quem bebeu das águas cristalinas
das fontes que sussurram nas campinas
não pode mais viver sem ter saudade!
Quem de seu Pago — eu sei — se for embora,
há de levar, por esse mundo afora,
uma recordação que não se finda...
Há de escutar, depois, a vida inteira,
o soluçar plangente da cachoeira
ou a voz da cordeona em noite linda;
há de lembrar de uns olhos de serrana,
por quem alguma vez secou badana,
num fandango qualquer, lá pela estância;
há de sentir saudade da tristeza
que cobre em tardes de ouro a natureza,
de um pôr-de-sol morrendo na distância;
há de enxergar em sonhos a vivência
onde outrora nasceu, lá na Fazenda,
a branquejar na verde pradaria;
há de lembrar de ouvir, por sobre o cerro,
à tardinha, a batida de um cincerro,
como um sino tocando Ave Maria;
há de lembrar, feliz, de muita coisa
que no fundo dos anos já repousa,
nas canhadas lingínquas  da lembrança,
e morrerá pensando nas nevadas,
nos rodeios, nas noites enluaradas,
em seus tempos felizes de criança!
Eu sinto já, nos campos do passado,
meu pensamento triste, rebenqueado
pela bruxa voraz da nostalgia,
parando no rodeio das lembranças
o lote das perdidas esperanças
que iluminaram minha vida um dia!
Surpreendo a divagar minha alma boa
nessa terra de sol e de garoa,
onde outrora sonhei, tive alegria,
e onde deixarei meu vulto equestre
fazendo assombração nalgum campestre,
no verde pedestal da mouraria.
E quando não restar de mim mais nada,
quando eu, em minha última tropeada,
cruzar pelas fronteiras da existência,
—hão de ficar os versos que componho,
assombrando as taperas de meu Sonho
como as almas penadas da Querência!


              
A CRIANÇA

Lírio de luz, semente que germina
a floração do Amor e da Ventura,
cada criança traz ao mundo a sina
de semear alegria, paz, ternura!

Sublime o dia em que, tão pequenina,
ela surge num lar, toda candura,
qual se fosse um a dádiva divina,
uma luz celestial, radiosa e pura!

O lar, ao recebe-la, se ilumina
com a mesma luz suave e diamantina
que no sorriso tem um querubim.

 

                  Acolhê-la, é Jesus que nos ensina,
quando manda, com sua voz divina,
“Deixai as crianças vir a mim!”

 

*
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Página publicada em dezembro de 2024


 

 

 
 
 
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